Castelo de São Jorge
O Castelo de São Jorge localiza-se na freguesia do Castelo, na cidade, concelho e Distrito de Lisboa, em Portugal.
Primitivamente conhecido simplesmente como Castelo dos Mouros, ergue-se em posição dominante sobre a mais alta colina do centro histórico, proporcionando aos visitantes uma das mais belas vistas sobre a cidade e o estuário do rio Tejo.
No contexto da Reconquista cristã da península Ibérica, após a conquista de Santarém, as forças de D. Afonso Henriques (1112-1185), com o auxílio de cruzados normandos, flamengos, alemães e ingleses que se dirigiam à Terra Santa, investiram contra esta fortificação muçulmana, que capitulou após um duro cerco de três meses (1147). Rezam as tradições que o cavaleiro Martim Moniz, que se destacara durante o cerco, ao perceber uma das portas do castelo entreaberta, sacrificou a própria vida ao interpor o próprio corpo no vão, impedindo o seu encerramento pelos mouros e permitindo o acesso e a vitória dos companheiros.
Como preito de gratidão, o castelo, agora cristão, foi colocado sob a invocação do mártir São Jorge, a quem muitos cruzados dedicavam devoção. No dia da conquista, 25 de Outubro, comemora-se hoje o "Dia do Exército", instituição que, no país, tem São Jorge como padroeiro.
Poucas décadas mais tarde, entre 1179 e 1183, o castelo resistiu com sucesso às forças muçulmanas que assolaram a região entre Lisboa e Santarém.
A partir do século XIII, alçando-se Lisboa a Capital do reino (1255), o castelo conheceu o seu apogeu, quando foi, além de Paço Real, palácio de bispos, albergue de nobres da Corte e fortificação militar. Os terramotos que afetaram a cidade em 1290, 1344 e 1356, causaram-lhe danos. No plano militar, mobilizou-se diante do cerco castelhano de fevereiro e março de 1373, quando os arrabaldes da Capital chegaram a ser saqueados e incendiados. Nesse ano iniciou-se a muralha de D. Fernando (1367-1383),concluída dois anos mais tarde, e se prolonga até à Baixa. Durante a crise de 1383-1385, os arrabaldes da cidade foram novamente alvo das investidas castelhanas em Março de 1383, que foi duramente assediada pelas forças de D. João I de Castela em 1384.
Nas funções de Paço Real, foi palco da recepção a Vasco da Gama, após a descoberta do caminho marítimo para a Índia ao final do século XV, e da estréia, no século XVI, do Monólogo do Vaqueiro, de Gil Vicente, primeira peça de teatro português, comemorativa do nascimento de D. João III (1521-1557).
Características
O castelo defende a antiga cidadela islâmica, o Alcazar, abrindo-se em seus muros com ameias doze portões, sete dos quais para o lado da freguesia da Santa Cruz do Castelo. Para o exterior, um pano de muralha dá acesso a uma torre barbacã. Dezoito torres dão sustentação e reforço aos muros. Pelo Portão Sul, através da Rua de Santa Cruz do Castelo, acessa-se a Praça de Armas.